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O QUE SIGNIFICOU A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL?
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A primeira reação dos brasileiros à chegada da Corte a Salvador (janeiro de 1808) e, dois meses depois, ao Rio de Janeiro foi de grande receptivade. Era a primeira vez na História que uma corte real completa buscava abrigo em uma colônia. Um padre, professor do seminário da Lapa, no Rio de Janeiro, escreveu o que testemunhou.

“Ao romper do feliz e sempre memorável dia 7 de março, fizeram-se os sinais anunciando a chegada da real esquadra. Toda a cidade [do Rio de Janeiro], expressando o maior e mais vivo contentamento, logo se pôs em alvoroço, movimento e confusão. Suspenderam-se todos os trabalhos , tanto públicos como particulares, fecharam-se quase todas as lojas e tendas, e grande parte das casas ficaram despovoadas de seus moradores. Muitos correram para locais elevados de onde se avistava a barra, outros procuraram as praias, alguns buscaram embarcações para sair ao mar ao encontro de seu príncipe e senhor, os soldados corriam para os seus quartéis.

Logo que a esquadra foi se aproximando da barra, todos os navios de guerra portugueses e ingleses ancorados nesta formosa baía, enfeitados com mil bandeiras e bandeirolas de cores diversas, assim como as fortalezas, dispararam uma salva de vinte e um tiros. Os estrondosos ecos rapidamente iam anunciando pelo vasto recôncavo deste porto até a serra dos Órgãos a real presença dos nossos soberanos. Ao som destas estrondosas salvas e dos alegres repiques dos sinos das igrejas, os ânimos de todos mais se inflamavam e como loucos corriam pelas ruas homens, mulheres, velhos e meninos ansiosos de ver a brilhante entrada da esquadra rel de aplaudir o Príncipe Regente e sua família.(...)

Logo que o Príncipe Regerente Nosso Senhor pôs os pés em terra, centenas de fogos subiram ao mesmo tempo ao ar: rompeu imediatamente um clamor de vivas e aplausos que, misturados aos alegres repiques dos sinos, aos sons dos tambores e dos instrumentos dos músicos e ao estouro das salvas e dos foguetes, faziam uma estrondosa confusão tão magnifíca, majestosa e arrebatadora que parecia coisa sobrenatural e maravilhosa.

Que cena poderia haver para os brasileiros mais nova, mais bela, mais sublime e mais comovente que verem, pisando as ruas do Rio de Janeiro com toda sua real família, o seu soberano, um príncipe tão poderoso e senhor de um Império imenso nas quatro partes do mundo?  Rodeavam a Sua Alteza Real os grandes do reino, oficiais-mores da sua real Casa, camaristas e nobreza; era seguido de um numeroso cortejo de padres e membros da Igreja, militares, oficiais da marinha portuguesa e britânica, como também de outras muitas pessoas, que de Lisboa tinham vindo em sua companhia.

Todo o caminho por onde havia de passar o Príncipe Regente Nosso Senhor estava coberto de fina e branca areia, folhas, ervas odoríferas e flores; as portas das casas foram enfeitadas de tecidos de seda vermelha e das janelas pendiam ricas e vistosas tapeçarias de lindas e variadas cores. Toda essa reação era realçada pelo grande número de senhoras que, vestidas e penteadas com maior cuidado e riqueza, embelezaram-se tornando ainda mais brilhante e pomposa a magnífica e triunfal entrada de Sua Alteza Real, o Príncipe Regente Nosso Senhor.”

(Adaptado de SANTOS, Luís Gonçalves dos. 1767-1844. Memórias para servir à história do reino do Brasil. Belo-Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1981, p.174-9.)

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