www.robledocosta.com.br

MESOPOTÂMIA: COMO AS COMUNIDADES AGRÌCOLAS SE TORNARAM CIDADES?

HOME
CURRÍCULO
PROJETO VIOLÊNCIA E TRAGÉDIA NO RJ (Destaque na Mídia)
PROJETO PUC MINAS (Educação, Meio Ambiente e Cidadania)
PROJETO GALERA DE ATITUDE (Programa da TVE-RS)
PROJETO HISTORIADOR POR UM DIA (Arquivo Público do RS)
PROJETO EU, PORTO ALEGRE (Usina do Gasômetro)
PROJETO MUSEU DA PESSOA (Toda Escola Tem História Para Contar)
PROJETO ÚLTIMOS DIAS DE SUPER-HERÓI (Fundação Vida Urgente)
CURTA-METRAGEM NA ESCOLA (Porta Curtas)
HISTÓRIA (Textos)
LITERATURA NA AULA (Poemas)
MÚSICAS (Sugestões de Estudo)
FILMES (Análise Histórica)
LINKS
GALERIA DE FOTOS
CONTATO

Um poema de mais de 4 mil anos narra as aventuras do rei Gilgamesh e de Enkidu. Eles representam dois mundos diferentes: o da História e o da Pré-História. O mito nasceu no sul da Mesopotâmia, onde se desenvolveu a civilização sumeriana. Essa região integra, hoje, o território do Iraque.

No começo dos tempos, o poderoso Gilgamesh reinava em Uruk. Gilgamesh não era uma pessoa comum. Era filho de uma deusa e isso o tornava parte deus e parte homem. Tinha uma beleza perfeita, muita coragem e sabedoria. Foi ele quem construiu a cidade de Uruk e mandou erguer seus palácios, templos, portas e muralhas.

            Mas Gilgamesh era muito orgulhoso e prepotente. Exercia seu poder sem admitir oposição nem intromissão. Mandava e desmandava em seus súditos e exigia que suas ordens e desejos fossem cumpridos. Tinha todas as mulheres que queria e não respeitava nem seus próprios parentes. Dizia a todos que não existia ninguém na face da Terra capaz de enfrentá-lo.

Seus súditos rogaram à deusa Aruru, senhora da criação e da fecundidade, para que abrandasse o coração de Gilgamesh. A bondosa deusa atendeu ao pedido e resolveu criar um homem tão forte quanto o rei de Uruk. Com a argila do leito, ela moldou uma criatura e lhe deu vida, assoprando e suas narinas. Criou, assim, Enkidu, um homem selvagem.

Enkidu tinha o corpo coberto de pêlos, como um animal, e cabeleira longa e despenteada. Seus gestos eram embrutecidos e sua fala era grosseira. Comia ervas e larvas, usava pedras e madeira tosca para atacar e se defender. Tinha uma força descomunnal e ignorava a vida civilizada. Vivia entre os animais e atacava ¬os homens como uma fera, despedaçando-os com seus dentes e ¬unhas.

Logo Gilgamesh ficou sabendo desse homem selvagem. Percebeu que seria arriscado enfrentar um ser tão primitivo e des¬controlado. Resolveu, então, utilizar de astúcia para captura-lo. Mandou uma jovem e bela mulher esperá-lo no riacho onde ele ia beber. Quando Enkidu a viu, ela se despiu e o seduziu com seus encantos.

Enkidu ficou fascinado com a jovem. Durante dias permaneceu ao seu lado, manso e submisso como um cordeiro. Deixou que ela lhe cortasse o cabelo e lhe raspasse os pêlos. A jovem lhe ensinou a viver entre os homens e lhe mostrou a civilização. Deu-lhe pão e vinho, vestiu-o e o fez sentar à mesa; ensinou-lhe a tocar harpa e a cantar. Depois o levou a Gilgamesh. Ao ver a cidade, Enkidu ficou impressionado com suas muralhas e templos.

Frente a frente, Gilgamesh e Enkidu exibiram sua força como touros e acabaram lutando de forma feroz. Lutaram durante horas no alto das muralhas. Tinham a mesma força e nenhum conseguia derrubar o outro. De repente, Gilgamesh tropeçou numa pedra solta e se desequilibrou, caindo para fora da muralha. Com muita sorte, segurou-se no beiral e tentava subir quando Enkidu debruçou-se sobre a muralha. Para sua surpresa, o selvagem inimigo estendeu-lhe a mão e o puxou para o alto. Deste gesto nasceu uma grande amizade. Gilgamesh, o rei civilizado, compreendeu finalmente o que era ser humano. E Enkidu, o homem selvagem, civilizou-se.

Baseado em Gilgamesh, rei de Uruk, poema sumério anônimo. São Paulo: Ars Poética, 1992.

www.robledocosta.com.br - Todos os direitos reservados.