Tem dias que a gente se sente como
quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente, ou foi o mundo então que cresceu. A gente quer ter voz ativa, no nosso
destino mandar. Mas eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante. Roda-moinho,
roda pião. O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente até
não poder resistir. Na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira
que há. Mas eis que chega a roda-viva e carrega a roseira pra lá
A roda da saia, a mulata não quer
mais rodar, não senhor. Não posso fazer serenata, a roda de samba acabou. A gente toma a iniciativa, viola na rua, a cantar.
Mas eis que chega a roda-viva e carrega a viola pra lá
O samba, a viola, a roseira, um dia a fogueira
queimou. Foi tudo ilusão passageira que a brisa primeira levou. No peito a saudade cativa, faz força pro tempo parar. Mas
eis que chega a roda-viva e carrega a saudade pra lá